AS ATITUDES DO FILHO PRÓDIGO E DO IRMÃO MAIS VELHO


AS ATITUDES DO FILHO PRÓDIGO
Encontro 14/9
Depois de gozar os prazeres egoicos e sofre-lhes as consequências dos seus atos (caindo em si), reconhece humildemente o seu erro.  (Alírio)

E foi então que o máximo do sofrimento o levou ao início da redenção.
“Ele entrou em si”

Saiu das periferias do ego pecador e sofredor entrou no centro do seu Eu redentor.

Aconteceu ao filho pródigo a maior coisa que pode acontecer ao homem:
“Autoencontro”
Que sou eu?
E toda autocompreensão transborda em autorrealização.
Que sou eu? Sou realmente um pastor de porcos? Não! Isto é a triste profissão do meu ego humano – mas não é a gloriosa vocação do meu Eu Divino.

Que sou seu?
Eu sou filho daquele Pai bondoso. Não sou o que pareço ser externamente – sou e sempre serei o que sou internamente. (H. Rodem)

Jesus deixa transparecer na expressiva parábola o caráter terapêutico, quando o filho volta em busca da paz (e da saúde), embora humilhado, mas certo de ser recebido.
O Self que se unifica em relação ao ego é o caminho seguro para autocura, para o estado numinoso de tranquilidade e bem-estar.

A viagem para longe é uma busca arquetípica de heroísmo, de conquistas do desconhecido, de infinito, que não se concretiza porque o objetivo consciente era o prazer, a não responsabilidade, a violência do abandono ao pai idoso, a exuberância do egotismo e o desprezo pelo irmão mais velho que trabalha.

A viagem de volta ao lar que faz o filho mais jovem não é por amor ao pai, nem por qualquer sentimento nobre, mas porque passa fome e tem a garantia de que, no lar, terá mais conforto e abundância alimentar, qual ocorre com os empregados da fazenda... A sua sombra interesseira do ego atormentado que não consegue a união com o Self. (J. de Ângelis)

Para sua surpresa, é recebido, amorosamente e compassivamente, pelo pai.
É a mesma destinação que Deus nos reserva.
É dessa forma que Deus e a nossa Essência Divina sempre nos receberão após tomarmos consciência de nós mesmos e buscarmos o autoencontro.
(Alírio)

Para celebrar esse grande acontecimento, a autocompreensão e autorrealização de um homem, o Evangelho recorre a tudo que possa simbolizar suprema alegria e solenidade: abraços, beijos, anel precioso, deslumbrante vestuário, lauto vestuário, músicas e bailados
É que a realização de um único homem é fenômeno mais grandioso que todos os astros e galáxias do Universo.
Deus criou todas as grandezas do cosmos – mas um único homem plenamente realizado é um Universo de criatividade acima de todas as criações. (H.R)

Façamos um parêntese para estudar psicologicamente o significado de compaixão:

Compaixão é sinônimo de dó, pena, piedade e comiseração (Sentimento de compaixão (dó) diante dos problemas alheios; que sente pena pelo sofrimento de outra(s) pessoa(s); misericórdia.)

Na Psicologia Transpessoal é uma virtude proativa (Movimento e ação plena e consciente em direção aos objetivos a serem alcançados.)
Empatia que temos para com as dificuldades e os erros, nossos ou dos outros; um sentimento e compreensão pelos mesmos, gerando uma aceitação da pessoa que erra, sem aceitar os seus erros, mas compreendendo-se que eles são frutos da ignorância e necessitam ser corrigidos, ao invés de punidos.
Já quando temos sentimentos de dó, pena, piedade ou comiseração por nós mesmos nos sentimos coitados, e criamos a máscara da autopeidade ou tratamos os outros como coitados.

Esta é uma póstuma de pseudoamor e não uma postura proativa, pois todos nós somos responsáveis pelas nossas ações, e quando estas se encontram equivocadas necessitam apenas ser compreendidas como fruto da ignorância, e corrigidas.

Jesus foi o maior exemplo de como devemos cultivar a compaixão.

Portanto, após termos errado fragorosamente, é fundamental reconhecermos humildemente os erros praticados, superá-los. (Alírio)

 AS ATITUDES DO FILHO MAIS VELHO

O filho mais velho representa um ser humano que, longe de atingir as alturas da individualidade do Eu divino, nem sequer desperta para a personalidade do seu ego humano.
E quem não tem consciência do seu ego não é possuidor da nada, como os seres da natureza, que nada sabem de posse ou possessividade. (Qualidade de quem é possessivo; fato de se mostrar possessivo, dominador.) (H.R.)

O filho mais velho, é o protótipo (modelo) do ego desconcertante.

Quando estava a sós com o pai, parecia amá-lo, respeitando-o e obedecendo-o. Logo, porém, quando retornou o irmão de quem se encontrava livre, ressentiu-se, desmascarou-se, apresentando o outro Eu – demônio interno – amoral e indiferente.

Nem sequer preocupou-se em saber como retornara o irmão.

Nada disso lhe ocorreu, exceto o lugar que concedeu à mágoa por haver sido posto de lado, nem mesmo consultado para o banquete que ao outro era oferecido.

Permanecer longe do perigo, sob a proteção do pai é uma atitude muito cômoda e resguardada de desafios.

É um comportamento psicologicamente infantil, porque a existência humana é construída de forma a ensejar crescimento emocional, destemor e renovação constantes.

Aquele que não se renova de dentro para fora, não consegue o desenvolvimento do Self, sempre emaranhado na sombra, deixando que tudo aconteça à revelia. ( J.A.)

A mensagem clara que Jesus quer passar nesta parte da parábola refere-se à nocividade das máscaras, pois nos fazem distanciar mais intensamente da nossa própria essência, e consequentemente de Deus.

A pessoa que usa as máscaras se acha cumpridora das obrigações, acredita-se melhor do que é, mas, na realidade, somente cultiva a aparência de bondade, pois as máscaras provêm do pseudoamor; elas parecem amor, mas não são.

Lucas, capítulo 17:20 e 21: E, interrogado pelos fariseus sobre quando haveria de vir o Reino de Deus, respondeu-lhes e disse: O Reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou Ei-lo ali!
Porque eis que o Reino de Deus está entre vós.

O Reino de Deus não vem com  aparência exterior, ele nasce dentro de nós a partir do autoencontro, em que buscamos nos identificar com o Ser Essencial que somos a fim de sentirmos o amor, o bem, o belo, a felicidade a que estamos destinados. Para isso fundamentalmente é nos libertarmos das máscaras que dificultam essa busca. (Alírio)

Livros consultados:
Sabedoria das Parábolas 12ª edição pg. 17 – Huberto Rohdem
Em Busca da Verdade pg. 38, 39 e 44 – Divaldo Franco
pelo Espírito Joanna de Ângelis
Psicoterapia à luz do Evangelho de Jesus pg. 42 até 51 – Alírio de Cerqueira Filho.

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