Empatia & Compaixão

O que é empatia? 


 Empatia é o sentimento de quem é capaz de se colocar no lugar do outro, é compreender, é olhar com o olhar do outro, considerando a possibilidade de uma perspectiva diferente da sua. 

Embora devamos considerar a importância da empatia, é necessário entender a relação que existe entre comportamento moral e empatia, pois não é algo tão simples como parece. Considere as recentes pesquisas mostrando que a empatia pode gerar agressão. Se empatizamos com uma pessoa ou grupo, o comportamento agressivo frente a outras pessoas ou grupos pode surgir quando “tomamos as dores” dos outros. Ao influenciar nossas emoções, a experiência empática pode nos levar a vieses morais e comportamento cruel para aqueles que, supostamente, merecem ser punidos. 

Podemos ponderar também que a empatia pode acarretar exaustão emocional e estresse, e os profissionais que trabalham com sofrimento humano como médicos, psicólogos e enfermeiros frequentemente desenvolvem a síndrome de Burnout em seu trabalho devido à empatia. 

Como existem várias definições de empatia, torna-se necessário um breve exame de seus principais significados. 
  • Uma das definições se refere à empatia cognitiva, a capacidade de imaginar o que se passa na mente do outro, a “teoria da mente” como se designa em Psicologia cognitiva. Esse tipo de empatia pode levar um psicopata a planejar suas manipulações e crueldades com grande eficácia, portanto não é exatamente aquilo que mais precisamos na sociedade.
  •  Outro sentido da palavra empatia é o que podemos chamar de empatia “afetiva”, quando sentimos o que a outra pessoa está sentindo, ou, pelo menos, aquilo que inferimos que a pessoa sente. 
  • Finalmente, temos um conceito de empatia que se funde com o significado de compaixão, ternura ou gentileza. Nesse caso, a empatia envolve sentimentos positivos frente aos outros. Nesse sentido, desejo que um amigo ansioso fique melhor e calmo, mas não me sinto ansioso junto com ele, como acontece na empatia afetiva, nesse sentido a palavra se assemelha ao conceito de compaixão.
A empatia envolve emoções, e estas podem nos desviar de julgamentos morais ponderados, levando a decisões imorais. 

 O que é compaixão? 


 Alguns dicionários oferecem as palavras pena e dó como vocábulos de significação semelhante ao termo compaixão. No entanto, há diferença considerável entre elas. A base do aspecto conceitual da pena e do dó tem profunda ligação com uma restrita forma de ver, ou seja, o sentimento do indivíduo estaria confinado a uma linha horizontal, enquanto a compaixão estaria vinculada a uma atuação vertical. Se nos expressamos utilizando essa alegoria de linhas geométricas, é para bem elucidar os limites em que todos nós estamos circunscritos, em se tratando do campo do sentimento e da emoção. 

Ter dó aprende-se socialmente; quando temos dó ou pena de alguém é porque acreditamos que essa criatura é impotente e inferior e que, sem a nossa ajuda, não será capaz de resolver sua problemática existencial. Em outras palavras, subentende-se: “sinto-me mais poderoso, importante, eficiente e superior em relação a ela”. 

Por outro lado, o sentimento de compaixão provém das profundezas da alma, envolve o sofredor em um clima de generosidade, utilizando como forma de ajuda a solidariedade. Na atitude compassiva, a criatura vê o necessitado de igual para igual, sem nenhuma distinção, e percebe que ele precisa de uma mão amiga naquele momento circunstancial e aflitivo de sua vida. 

Ter compaixão é lembrar que a dor do outro poderia ser sua. É reconhecer o sofrimento do próximo e ajudá-lo a superar o momento difícil. A compaixão está intimamente ligada à ação, não à qualquer ação, mas àquelas que são morais.

A compaixão é o primeiro degrau de acesso ao amor que Jesus nos legou. 

Quanto mais compaixão tivermos pelos outros, mais nossa visão de mundo se expandirá. 

Toda criatura digna tem como característica comum a compaixão. 

.A compaixão não considera as vestes físicas. Encoraja homens e mulheres, adultos e crianças, europeus e asiáticos, a descobrir sua essência real, a reencontrar suas necessidades naturais e a expressar sua unicidade como seres humanos. A partir daí, todos se favorecem, não apenas por terem maior liberdade de agir e pensar, mas também por terem autonomia de modificar suas vidas, modificando sua mentalidade. 

A compaixão e a sensibilidade são partes do amor cristão e ferramentas eficazes para entrarmos em contato com o que os outros sentem e escutá-los com atenção silenciosa. Só podemos expressar autêntica compaixão se utilizarmos uma atmosfera de aceitação e respeito pelas dificuldades alheias. Dessa maneira podemos penetrar e tocar o Espírito de outra pessoa. Quanto mais compaixão tivermos pelos outros, mais nossa visão de mundo se expandirá. 

Toda criatura digna tem como característica comum a compaixão. 


 Empatia ou Compaixão? 



 A empatia envolve emoções, e estas podem nos desviar de julgamentos morais ponderados, levando a decisões imorais. Uma alternativa mais razoável para a empatia é a compaixão, que pode nos mover a fazer o bem e auxiliar as pessoas sem as desvantagens da empatia. Não podemos delegar decisões morais que afetam a vida das pessoas unicamente aos sentimentos empáticos. Uma ponderação que use princípios morais pode ser mais justa e equilibrada como guia para nossas ações, ainda mais se endossada pela compaixão.


Fontes de consulta: 
Revista Psique - http://psiquecienciaevida.com.br/ 
 “Os prazeres da alma”, de Francisco do Espírito Santo Neto, ditado por Hammed – Editora Boa Nova.

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