APRENDENDO O AUTOAMOR



“Amar a Deus sobre todas as coisas, e Amar ao próximo como a ti mesmo.”
O que é amar o próximo como a mim mesmo?
Como posso amar a outro como a mim mesmo?
Devo amar o outro e eu igualmente? Como assim?!
Como posso doar algo generosamente se não tenho nem para mim mesmo?
Como sei se estou me amando e não sendo absolutamente egoísta e econômico na minha relação com o outro?
O amor ao próximo será sempre decorrência natural do autoamor.
Quem se autoama, enche-se de amor e sente, em razão disso, vontade de multiplicar esse amor com outras pessoas. Repletos de amor, oferecemos o amor de forma incondicional (sem exigência de retribuição) ao nosso próximo.
Jesus aborda a respeito desta questão em Mt. Cp.10 : 12 e 13: E quando entrardes nalguma casa, saudai-a; [...] E, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz
Quando oferecemos amor a alguém que não é digno do nosso amor, esse amor, como é uma energia, não encontrando receptividade, estará, após beneficiar indiretamente o outro, retornando para a fonte emissora: torne para vós a vossa paz, pois a energia jamais se perde. Por isso não nos devemos preocupar com o fato de receber de volta o amor.
No entanto, se oferecemos amor a alguém digno do nosso amor, esse amor ao encontrar receptividade ecoa, ressona no outro, se potencializa com o seu amor e retorna potencializado para nós: se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz, com isso o nosso amor se amplia ainda mais e nos felicita.
Devido o desvirtuamento da proposta cristã no que tange à obrigação de se amar o próximo, anulando a si mesmo, muitas das ações ditas amorosas com relação ao próximo na realidade são ações de pseudoamor.
A ansiedade de consciência gera em nós pseudo consciência que nos leva à obrigação de amar o próximo, fato que gera grandes distorções na prática do aloamor.
Pessoas assim, sentem-se inquietas, culpadas por problemas sociais e por dificuldades que acontecem a outrem e julgam-se na obrigação de resolver esses problemas. Fazem isso em sentido muito profundo, que, muitas vezes, nem elas mesmas se dão conta de barganharem com Deus a salvação. Afinal, dizem para si mesmas: Fora da Caridade não a Salvação, por isso eu tenho de praticá-la para que Deus me ajude.
Outras vezes, continua na prática da filantropia com amargura, colocando-se como incompreendida em seus ideais.
Qual é a maneira correta de proceder em relação a nosso próximo?
Diante de nosso próximo podemos agir duas formas extremistas egoicas (1-indiferença/crueldade; 2-ansiedade de consciência) e uma essencial (equilibrada).
O equilíbrio é o meio-termo entre os extremos em que agimos de forma autoconsciente, gerando o dever consciencial, a compaixão e a solidariedade.
A verdadeira caridade é fruto da consciência de si e não da pseudo consciência, só assim posso estabelecer uma relação honesta com o outro, onde eu Dou ao Outro o que dou para mim, nem mais nem menos, e o Outro também, idem.
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­Como  saber se você é uma pessoa egoísta ou cheia de autoamor?
 Os seres humanos estão programados para olharem para si mesmos. No entanto, existe uma grande diferença entre olhar para si mesmo e ser uma pessoa egoísta ou não dar valor para o que os outros possam sentir diante das nossas ações.

·       Você tem problemas para entender os benefícios de ser generoso?

Certamente pensar no bem de todos ou no bem do próximo também é uma ação, de certo modo, egoísta, visto que, ao menos em teoria, o que é bom para o grupo ou para o outro também beneficia o indivíduo. E mais, apenas o fato de fazer algo bom pelos outros já traz benefícios para quem o faz.
Uma pessoa egoísta não é capaz de ver as vantagens de ceder diante dos outros ou de compartilhar seu tempo, seu conhecimento ou seus recursos. As pessoas egoístas pensam que apenas o que as beneficia diretamente é realmente benéfico ou, mais ainda, que é melhor um benefício pequeno mas próprio do que um grande se for compartilhado.

·        Você fica nervoso quando não tem o controle?

Ser capaz de manter o controle é algo positivo, mas o que ocorre quando outra pessoa tem o controle? O que ocorre quando você depende dos outros? Você é capaz de assumir positivamente que a responsabilidade é do outro, que você deve respeitar sua decisão e submeter-se a ela?

Para uma pessoa egoísta as contribuições e as necessidades dos outros são menos importantes ou valiosas que as suas pessoais, inclusive as que têm a ver com decisões que afetam o outro em primeiro lugar.
As pessoas egoístas precisam controlar tudo, tanto as coisas que as afetam diretamente como indiretamente. Essa ansiedade pelo controle as torna excessivamente críticas em relação aos outros e as mantém dando voltas mentalmente em qualquer coisa que possa significar compartilhar responsabilidade ou perder algum controle.

 

·        Você tem problemas para trabalhar em grupo?

A colaboração requer a capacidade de escutar, de adquirir compromissos e aceitar as opiniões e propostas dos outros. Isso está intimamente relacionado com a obsessão pela perda de controle. Por esse lado, a incapacidade de trabalhar em equipe poderia indicar um problema de egoísmo.
Na situação atual, a inteligência colaborativa ou inteligência coletiva é essencial para qualquer um que se mova num ambiente social. Por isso a colaboração é tão importante em todos os sentidos, não importa a diversidade dos padrões de pensamento, pode-se conseguir muito trabalhando-se em grupo, se cada um traz aquilo que sabe e coloca a serviço dos outros. Uma pessoa egoísta não é capaz de ver isso, já que pensa que o que os outros ganham é algo que ela perde, quando na verdade todos saem ganhando.

·        É difícil para você assumir a culpa?

Contornar a culpa é uma desculpa padrão para justificar algo que não ocorreu bem. No entanto, mais importante do que a responsabilidade é a solução do problemaPor trás de uma pessoa que não é capaz de assumir sua parcela de responsabilidade provavelmente existe uma pessoa egoísta que só sabe pensar em evitar represálias ou olhares tortos.
No entanto, assumir a responsabilidade é na verdade algo muito libertador, tanto como é aceitar um erro cometido por outros sem julgá-lo, nem humilhá-lo por isso. Aceitar a responsabilidade sem carregar o peso da culpa é um grande ato de generosidade em relação a si mesmo, uma generosidade que se estende aos outros quando é necessário.

·       Você sente que nunca é suficiente e que cada vez quer mais?

Para uma pessoa que não está feliz com o que tem, sua principal preocupação sempre será ter cada vez mais, por isso as necessidades das outras pessoas passarão para um segundo plano. Uma pessoa que não agradece pelo que tem se sentirá desafortunada e pobre e não será capaz de ver o valor de algumas coisas que, embora pareçam insignificantes, são as que realmente necessita.


“Consideremos o egoísmo como a doença original do Ser. Ninguém escapou de experimentá-lo na espiral do crescimento. Até certa etapa, foi impulso para frente. Depois, quando a racionalidade permitiu a capacidade de escolher, tornou-se a matriz nosológica (estudo que trata da classificação das doenças) das dores humanas, transformando-se no hábito doentio de atender aos caprichos pessoais. A "centralidade" do homem no ego estruturou a arrogância - sentimento de exagerada importância pessoal.”

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Para fazer ao próximo o que queremos que nos façam é necessário o desenvolvimento da consciência.
 Quanto maior o nível de autoconsciência que temos, mais claros são nossos deveres e nossos direitos perante a vida. E quanto mais nos damos ao direito de usufruir dos nossos direitos mais nos comprometemos com os nossos deveres sem senti-los como um fardo ou uma “cruz” a carregar.
Usufruir dos seus direitos tem a ver com autoconsciência.
Autoconsciência leva à maior capacidade de escolha: ser capaz de escolher qualquer coisa porque é bom ou lhe faz bem – desde que não seja contra ninguém – nem porque é certo ou errado – simplesmente porque seu coração assim pede.
Usufruir dos seus direitos, portanto, é saber ouvir o coração. Ouvir o coração é saber ouvir o seu Eu interior, é saber se amar, é se dar Amor. E isto só se consegue se autoconhecendo e descobrindo o que realmente lhe faz bem.
A partir de então, o Amor vai se instalando em suas vidas e o próprio exercício do Viver com Amor é retroalimentado: quanto mais se coloca Amor na própria vida, mais amorosa sua pessoa e a sua vida se tornam.
Aí, amar o outro genuinamente é um passo automático.
Automaticamente, começamos a nos relacionar com o outro sem esperar que o outro nos supra de um Amor que  já estamos nos dando.
Portanto, só quando me dou Amor genuíno posso dar Amor genuíno para o outro!
O amor a Deus, portanto, será consequência de nossos atos, através do exercício do amor a nós mesmos, do amor ao próximo, do amor à natureza, do amor à vida, enfim do amor à toda criação divina. Quanto mais exercitarmos esse amor, mais sentiremos Deus em nós mesmos, deixando de teme-lo para amá-lo infinitamente.


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