Ultimo capítulo


Justiça e Providência Divina.




Como funciona a Justiça Divina?
A cada um segundo suas Obras: nessa sentença de Jesus estão sintetizadas todas as leis que regem as questões ético-morais.
Mas de que maneira essa justiça se estabelece?
Que mecanismo coordena essa distribuição, com justiça?
Primeiro, é importante lembrar que a justiça dos homens está calcada na legislação humana, com base em códigos legais criados pelos próprios homens.
Com a Justiça Divina é diferente. As consequências dos atos se dão de forma direta e natural, sem intermediários.
Em caso de uma falta qualquer, a penalidade se estabelece de maneira natural, e cessa também naturalmente, com o arrependimento efetivo e a reparação da falta.
Importante destacar que, na Justiça Divina, não há dois pesos e duas medidas. As Leis são imutáveis e imparciais, e não podem ser enganadas.
As Leis Divinas não contemplam exceções, nem privilégios. São justas e sensatas.
E essas consequências duram tanto quanto a causa que as produziu.
No campo moral, a Justiça Divina se dá da mesma maneira, distribuindo a cada um segundo suas obras, sem intermediários.
Contudo, é de nos perguntarmos como podemos conhecer essas leis.
Bastará ouvir a própria consciência, que é onde se encontra esse Código Divino.
E nesse item, igualmente, Jesus se revela o maior de todos os sábios.
 Numa sentença sintética Ele ensinou tudo o que precisamos saber para conquistar a nossa felicidade: A cada um segundo as suas obras.
Assim, se as consequências dos nossos atos são diretas e naturais, podemos promover, desde agora, consequências felizes para logo mais.
Se hoje sofremos as consequências de atos infelizes praticados, basta colher os resultados, sem nos queixarmos da sorte, e agirmos com uma conduta ético-moral condizente com o resultado que desejamos obter.
Então, como depende de nós o aperfeiçoamento, podemos, em virtude do livre-arbítrio, prolongar ou abreviar nossos sofrimentos, como o doente sofre, pelos seus excessos, enquanto não lhes põe termo.
Se desejamos um futuro mais feliz, busquemos ajustar nossos atos a nossa consciência, que é sempre um guia infalível, porque nela estão escritas as Leis de Deus.
E, se em algum momento, surgir a dúvida de como agir corretamente, façamos aos outros o que gostaríamos que os outros nos fizessem, e não haverá equívoco.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. I, item 32, do livro A Gênese ou os milagres e as predições segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB.

Providência Divina, ou simplesmente Providência, é um termo teológico que se refere ao poder supremo, superintendência, ou agência de Deus sobre eventos na vidas das pessoas por toda a história. É a influência de Deus no futuro, onde Ele decide o que irá acontecer no futuro e que nada acontece sem que Deus permita.[1]


É fundamental para que possamos viver em equilíbrio e realizarmos o nosso autoencontro, estudar a crença (1) na Justiça e Providência Divina.
(1) – Crença – A crença vive inata no homem, aguardando os estímulos que a façam desabrochar-se, enriquecendo de forças a vida.
Há uma crença automática, natural, herança arquetípica das gerações passadas, que induz à aceitação dos fatos, das ideias e experiências, sem analise racional. E existe aqueloutra, que é resultado da elaboração da lógica, das evidências dos acontecimentos com os quais a razão anui.
Crê-se, portanto, por instinto e por conhecimento experimental. Joanna de Ângelis
Comecemos o nosso estudo com o texto de Mateus capítulo 6, vv. 19 a 34:
Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem consomem e onde os ladrões minam e roubam. [...]
— A felicidade real não se fundamenta em riquezas transitórias, porque um dia sempre chega em que o homem é constrangido a separar-se dos bens exteriores mais queridos ao coração. Os loucos se algemam a terras e moinhos, moedas e honras, vinhos e prazeres, como se nunca devessem acertar contas com a morte. O Espírito prudente, porém, não desconhece que todos os patrimônios do mundo devem ser usados para nosso enriquecimento na virtude e que as bênçãos mais simples da Natureza são as bases de nossa tranquilidade essencial. Procuremos, pois, o Reino de Deus e sua justiça, tomando à Terra o estritamente necessário à manutenção da vida física e todas as alegrias ser-nos-ão acrescentadas.   Jesus no lar – Neio Lúcio

Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. [...]
“Ensinou-nos o Cristo de Deus. Jamais nos esqueçamos de que o Supremo Senhor é realmente Deus. Nosso Pai, e que, fora dos interesses d’Ele que constituem felicidade e luz para todos, estaremos jugulados pela tirania do mentiroso senhor que é nosso “eu”.
Emmanuel

Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?
Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?
E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;
E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.
Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?
Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?
Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;
Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.

Mateus 6:25-34

O que gera essa preocupação?
É natural nos preocupemos, tenhamos uma certa ansiedade quanto ao futuro, caso contrário teríamos uma mente engessada, encarcerada pela mesmice, vítima do tédio. Não teríamos a curiosidade, o prazer de explorar, de correr riscos, de construir novas relações. No entanto a preocupação excessiva, aquela em que só pensamos nisso, que se torna uma obsessão e muitas vezes o sentido da nossa vida faz com que a ansiedade se torne doentia, fonte de muitos males psíquicos e físicos.
A Ansiedade é uma doença de relação, é a doença que temos quando nos relacionamos com o tempo.
Podemos nos relacionar com o tempo de 2 maneiras egoicas e uma essencial:
·        Pós-ocupação: centrada no passado, está relacionada com a lamentação, a culpa, angústia pelos equívocos do passado, e enquanto seu olhar vislumbra o passado se esquece do presente.
·        Preocupação: Centrada no futuro. Gastamos energia com as atividades ou condutas que devemos ter no futuro, normalmente uma preocupação negativa, fantasiosa, pessimista, ou ainda criando expectativas que vão muito além da realidade ou das possibilidades oferecidas.
·        Ocupação: centrada no presente. Gastamos nossa energia refletindo na melhor maneira de superar os obstáculos que surgem no momento em que aparecem.  Podemos nos ocupar com o passado, refletindo sobre o que aconteceu, tirando aprendizado para nortear nossa vida. Podemos também nos ocupar com o futuro, planejando metas a serem cumpridas, estabelecendo bons planos e realizações. Confiando sempre na providência Divina.

Só existem dois dias durante o ano nos quais não se pode fazer nada. Um deles se chama ontem, e o outro, amanhã. Portanto, hoje é o dia de amar, crescer, fazer e, principalmente, viver”. – Dalai Lama –

Portanto, saia da sua mente e atreva-se a viver, a esperar que as coisas aconteçam antes de se adiantar a elas. Pare de pensar no passado, porque ele não faz parte do momento presente. Sinta cada dia como se fosse a primeira vez em que respirasse o ar fresco, tomasse água ou saboreasse uma deliciosa refeição.
Comece a viver o momento presente e conecte-se com a sua vida, conecte-se com você e saia da sua mente de uma vez por todas.

 “Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê, como for necessário. O homem, porém, insaciável nos seus desejos, nem sempre sabe contentar-se com o que tem: o necessário não lhe basta, reclama o supérfluo. A Providência, então, o deixa entregue a si mesmo.” — Cap. XXV, 7 ESSE
Jesus não recomenda a indiferença ou a irresponsabilidade. O Mestre, que preconizou a oração e a vigilância, não aconselharia a despreocupação do discípulo ante o acervo do serviço a fazer. Pede apenas combate ao pessimismo crônico.
O convite é para buscarmos asserenar os nossos corações, pois quando entramos na ansiedade da busca das questões puramente materiais, perdemos a nossa serenidade e a paz interior.
Ficamos inquietos, preocupados com o dia de amanhã, esquecidos que só podemos viver no tempo presente.

Os 3 grandes valores da vida:

1.    Ser: Estado de identificação com o ser essencial que Somos, autoencontro com o Self, com o Deus que me habita.
     2.    Fazer: movimento e atividade, o fazer me torna cocriador, nos permite agir criativamente quando em sintonia com o ser essencial.
        3.    Ter: Posses, bens e relacionamentos. Através do ter usufruímos do que fazemos e aprendemos o que é fundamental para o aprimoramento do Ser através do desapego do que temos para Sermos.

Os 3 aspectos são importantes no entanto, o ter e o fazer são a base da pirâmide onde o Ser é sustentado, é isso que Jesus nos adverte quando nos Diz:  buscar primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas as coisas nos serão acrescentadas.






Buscar primeiro o Reino de Deus, isto é buscar desenvolver as questões essenciais da vida.
Essencial aqui nos dois sentidos da palavra, significando buscar aquilo que é realmente necessário, e essencial, relativo à nossa essência.
Quando desenvolvemos o Ser Essencial que somos as necessidades mudam, tendemos a buscar as coisas mais simples, advindo com isso uma serenidade muito grande.

As necessidades do Ego relacionadas ao ter, ao luxo, riqueza, prazeres diferentes a cada dia, geradoras de inquietude, ansiedade vão aos poucos sendo substituída pela calma, serenidade de se ter o necessário para uma vida confortável, na qual os prazeres cultivados não são a simples satisfação dos sentidos sensoriais, mas prazeres cada vez mais refinados de ser uma pessoa útil, cocriador com Deus de um mundo mais feliz para todos.
Para que possamos desenvolver o “Reino de Deus” em nós mesmos, é fundamental que façamos uma revisão do sentido da vida
Segundo o filósofo e teólogo espanhol Francesc Torralba, “a fé é um antídoto ao vazio existencial”
Torralba expõe as razões pelas quais, segundo ele, devemos buscar sempre o sentido da vida. São estes os motivos:  
Todo ser humano, por natureza, deseja viver uma vida com sentido. 
A “vontade de sentido”, bela expressão de Viktor Frankl, é própria e comum à condição humana. Para nós não basta vivermos, passarmos os dias e nos entretermos com milhares de disputas e fofocas; queremos viver uma vida que faça sentido, que valha a pena, que tenha valor em si mesma. 
A busca pelo sentido não é uma tarefa fácil; o que está em jogo é a felicidade da pessoa. 
Quando o ser humano constata que a sua vida tem valor, que possui sentido, ele se sente feliz. Isso não o exime do cansaço e da indignação, mas o faz sentir que sua tarefa é útil e que, através dela, constrói o bem.  No entanto, quando percebe que a vida é vazia, quando sente que nada do que diz ou faz possui valor, ele vive uma vida entediante, irrelevante, completamente estéril. Neste caso, ele sofre o que Viktor Frankl chamou de “vazio existencial”. 

O que realmente dá sentido à vida é o amor. 
Uma vida sem amor carece de sentido. O ser humano é feito para amar; esta é sua finalidade inerente. Só o amor pode dar sentido à vida – e é preciso saber dar e receber amor. 
 A fé nos faz respeitar a natureza.
A fé nos faz reconhecer na natureza uma gramática escrita por Deus, uma morada que ele nos confiou. Por isso, devemos cultivá-la e protegê-la. 
Enfim, para Torralba, as atitudes abaixo são o que realmente conferem sentido à vida: 
1.     ser útil aos outros;
2.     amenizar o sofrimento;
3.     construir a beleza;
4.     construir unidade onde houver dispersão;
5.     oferecer aos outros a possibilidade de viver a aventura da existência.
 Buscar um sentido para vida é encontrar o nosso eu verdadeiro, através da busca constante de conhecermos a nós mesmos e do desenvolvimento dos nossos potenciais como Seres Essenciais que somos, enfim dos valores da vida.

 Você não se torna feliz perseguindo a felicidade. Você se torna feliz ao viver uma vida que significa algo.
– 
Harold S. Kushner
“Podemos desenvolver em nós o imenso amor do qual Jesus é o maior exemplo para a Humanidade. É esse o maior exercício que a vida nos convida, ter fé e confiança em nós mesmos, em nossa capacidade de amar, de perdoar, de evoluir até a plenitude do Ser, para por nossa vez ir até o nosso Pai de Amor e Compaixão, e ficarmos como filhos pródigos... para sempre na Casa do Pai, formando um só rebanho com um só Pastor.”








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